O etanol brasileiro feito a partir da cana-de-açúcar, reconhecido mundialmente como biocombustível avançado, preenche todos os critérios de sustentabilidade estabelecidos pela União Européia (UE), especialmente no que se refere à redução da emissão de gases que causam o efeito estufa (GEEs). Logo, não há motivo para limitar seu uso. A mensagem foi reforçada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em documento de posicionamento, publicado no início de maio, sobre a proposta de emenda da Diretiva Européia para Promoção de Energias Renováveis (RED), atualmente em discussão no Parlamento Europeu e no Conselho de Meio Ambiente da Comissão Européia.
O texto da UNICA afirma que embora o etanol extraído da cana represente menos de 1% de todo o combustível renovável utilizado atualmente na Europa, o alto potencial de redução das emissões de GEEs do produto brasileiro pode ajudar os europeus a cumprirem, até o ano de 2020, a meta de diminuição em 20% de CO2. Por isso, a entidade destaca a importância de aumentar e não de restringir a participação dele na matriz energética europeia.
A UNICA acredita que a proposta de limitar em 5% a utilização dos biocombustíveis de primeira geração, produzidos a partir de matérias primas consideradas alimentícias, como soja, milho e cana, entre outros itens agrícolas, ignora as diferenças acentuadas entre esses produtos do ponto de vista do desempenho ambiental. A UNICA entende que classifica-los como iguais deixa de lado os ganhos do etanol canavieiro, que quando comparado com a gasolina, reduz em até 90% as emissões de GEEs - índice muito à frente do atingido por outros tipos de etanol.
Além disso, a entidade salienta a posição errônea da Comissão que, mesmo perante comprovação científica do contrário, afirma que apenas os biocombustíveis de segunda geração, ainda em desenvolvimento, devem ser considerados sustentáveis. Dessa forma, não são reconhecidos os benefícios de alguns combustíveis renováveis, como o etanol de cana brasileiro. A consequência deste equívoco é a não promoção desses produtos, mesmo quando eles têm potenciais ambientais equivalentes aos benefícios potenciais dos biocombustíveis de segunda geração.
Segundo a assessora Sênior da Presidência da UNICA para Assuntos Internacionais, Geraldine Kutas, se colocado em prática, o parecer da Comissão Européia poderá discriminar, em função da origem, os demais tipos de etanol, violando as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) já que a maioria dos países em desenvolvimento ficaria excluída do mercado europeu ao não poder produzir biocombustiveis de segunda-geração. "Caso essa iniciativa prospere, infelizmente, os europeus perderão a oportunidade de oferecer uma resposta a curto e médio prazo às suas emissões de GEEs, visto que o etanol de segunda geração não tem uma previsão concreta de quanto será economicamente viável," afirmou Kutas.
A executiva da UNICA destaca ainda a importância de se considerar os estudos que apontam as qualidades ambientais do etanol brasileiro. "A discussão tem que continuar no âmbito técnico-científico, e esperamos que os formuladores de políticas possam considerar as avaliações e pesquisas já realizadas," destacou.
Fonte: UNICA
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