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A cana nordestina precisa ser forte | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

A cana nordestina precisa ser forte

A chuva voltou a cair na zona da mata Nordestina, mas os estragos provocados pela maior seca dos últimos 50 anos na região Nordeste ainda provocarão muito prejuízo. Até mesmo culturas mais rústicas, como a cana-de-açúcar, estão penando. Pelo último levantamento da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, a safra de cana, no Nordeste, vai ser 10% menor que a safra passada.

Segundo o Sindicato das Indústrias do Açúcar e Álcool de Alagoas (Sindaçúcar-AL), em algumas usinas, a redução na safra pode chegar a 34,7% e das 23 usinas do estado, apenas seis deverão encerrar a moagem com um saldo positivo. Além disso, a seca já cria um cenário de quebra também nas próximas safras, pois comprometeu a socaria e o plantio.

De acordo com o Professor Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e pesquisador do programa de melhoramento genético da Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), o Nordeste possui acentuada limitação climática, com longos períodos sem chuva, que chegam a cinco meses seguidos. No entanto, também há ciclos de estiagem mais prolongados, como o que vem ocorrendo.


Cana tolerante à seca e responsiva ao uso da irrigação

"Para elevar a produtividade no Nordeste é preciso ter irrigação e variedades tolerantes à seca e responsivas ao uso dessa irrigação." Segundo ele, sem variedades tolerantes ao déficit hídrico, não é possível ganhar estabilidade na produção na região ou aumentar a produção dos canaviais.

O grande desafio do setor sucroenergético no Nordeste é o crescimento vertical, porque a cultura não tem novas áreas para se expandir na região. O acesso à água é o grande limitador. "Mas para esse crescimento vertical, o desenvolvimento genético é ferramenta fundamental. Daí a importância dos programas específicos de melhoramento genético decana para a realidade do Nordeste", salienta o pesquisador.

Entre as 10 universidades conveniadas a Ridesa estão a UFAL e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A região conta também com a Estação Experimental de Carpina, localizada no município de Carpina, em Pernambuco e duas estações de cruzamento de floração de cana a Serra do Ouro em Alagoas e a de Devaneio em Pernambuco. Nessas unidades, os pesquisadores trabalham intensamente para a liberação de variedades cada vez mais personalizadas as características da região Nordeste.

Geraldo observa que, hoje a cana de primeiro corte com variedades adequadas e irrigação, chega a 120 toneladas por hectare, porém, as novas variedades podem alcançar 150 toneladas. Em 2013, a Ridesa fará o lançamento desses novos clones, que apesar de serem personalizados para o Nordeste, poderão responder positivamente também em outras regiões com déficit hídrico acentuado no País


Fonte: Universo Agro

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