Balanço também é afetado por gasto com importação; reajuste de combustível não é suficiente para eliminar defasagem. Estatal lucra R$ 7,7 bi no primeiro trimestre, queda de 17% ante um ano antes; câmbio tem efeito positivo.
Apesar do reajuste dos combustíveis, a Petrobras viu seu lucro cair 17% no primeiro trimestre deste ano na comparação com igual período de 2012, na esteira da produção menor de petróleo e da despesa crescente com a importação de derivados.
De janeiro a março, a estatal lucrou R$ 7,693 bilhões, abaixo dos R$ 9,214 bilhões registrados no mesmo período de 2012.
Em relação ao quarto trimestre, houve uma ligeira queda de 1% nos ganhos.
Segundo a Petrobras, os reajustes nos preços de 5,4% para o diesel e de 6,6% para a gasolina, no dia 30 de janeiro, e o novo aumento de 5% para o diesel, em 6 de março, "contribuíram para a redução da defasagem dos derivados vendidos no Brasil em relação à paridade internacional".
Tal diferença, porém, ainda persiste e resultou num prejuízo de R$ 4,2 bilhões na área de refino, diante das despesas maiores com importações de combustíveis para atender ao mercado interno.
Por outro lado, a Petrobras conseguiu avanços, tais como o aumento do uso da capacidade de suas refinarias (com alta de 6% do processamento de petróleo) e a redução de custos e despesas operacionais.
Sob impacto desses fatores, o Ebitda (lucro antes de impostos, pagamento de juros e parcelas de financiamentos) aumentou 36% diante do quarto trimestre, atingindo R$ 16,2 bilhões.
CÂMBIO
Outro fator que impulsionou o resultado foi a variação cambial, que gerou menor pressão sobre o endividamento e resultou num impacto positivo de R$ 925 milhões na comparação com o primeiro trimestre de 2012.
A queda de 8% na produção de óleo bruto, porém, anulou esses efeitos e foi o principal fator para conter o lucro da estatal no primeiro trimestre. A menor extração de petróleo, diz a companhia, já era prevista:
"Conforme planejado, a produção de óleo diminuiu devido ao maior número de paradas e ao declínio natural da produção dos campos, parcialmente compensada pelo crescimento de produção proporcionado pelos novos sistemas."
Apesar do recuo, a estatal aposta no pré-sal para turbinar sua produção no futuro e ressalta que a nova província petrolífera já produz 300 mil barris/dia de petróleo, tendo atingido recorde de 311 mil barris diários no dia 17.
O resultado apresentado pela Petrobras está em linha com as previsões feitas pelo mercado. Analistas esperam um desempenho melhor da companhia neste e nos próximos trimestres.
Para o analista Oswaldo Telles Filho, do banco Espírito Santo, as margens de lucro da estatal vão se recuperar graças aos "recentes aumentos nos preços de diesel e gasolina, bem como a um crescimento adicional da produção de petróleo"
Fonte: Folha de S. Paulo
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