Cerca de 280 mil trabalhadores rurais perderão o emprego quando entrar em vigor a legislação que proibi o uso da queima da cana na região Nordeste. O número foi apresentado pela União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) na audiência pública do Supremo Tribunal Federal, nesta semana. O órgão de classe defende uma transição da legislação compatível com a realidade de adaptação do setor. O prazo defendido pelos canavieiros é de no mínimo 15 anos para a lei passar a valer.
A queima é utilizada na colheita da cana. A prática é indispensável nas áreas com declives médios porque as máquinas são incapazes de realizar a ação. Apenas 31% dos canaviais nordestinos apresentam área plana. “O fim da queima inviabiliza mais de dois terços da cultura na região”, diz o presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima. O dirigente informa que a eliminação das queimadas de canaviais localizados em pequenas propriedades e áreas com declividade superior a 12 graus aumentará o desemprego e inviabilizará grande parte das pequenas e médias propriedades.
Embora seja responsável por 12% da produção de cana no Brasil, o Nordeste emprega 35% de toda a mão de obra nele ocupada. “É preciso sensibilidade para evitar um caos na região, principalmente, porque a maioria dos trabalhadores é analfabeta e terá dificuldade de ser reaproveitado em outros setores”, diz Lima. Além do mais, lembra o dirigente, a colheita mecanizada ainda está longe de se tornar uma realidade compatível com a topografia acidentada da região.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Unida
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