As queimadas na colheita da cana de açúcar nordestina estão com os dias contados. Falta apenas a data ser definida pela legislação federal. Entretanto, em função das condições naturais da região e da limitação tecnológica, a lei promoverá significativo desemprego e queda produtiva, ampliando prejuízos econômico e social. A tese será defendida pela União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), nesta segunda-feira (22), às 14h, no Supremo Tribunal Federal (STF), durante audiência pública coordenada pelo ministro Luiz Fux.
Atualmente, a mecanização da colheita é capaz de substituir a prática manual que necessita da queima da palha da cana. Entretanto, o corte da cana crua ainda não é uma realidade eficaz para a região devido a topografia acidentada. Apenas 39% das terras dos canaviais podem ser colhidos por máquinas. “Não temos tecnologia capaz de realizar o corte na maior parte das áreas. É preciso um grande investimento financeiro, o que é inviável para os 22 mil pequenos e médios produtores de cana nordestinos”, conta Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida.
Assim, com o advento da lei, os pequenos e médios produtores ficarão impedidos de continuar a atividade. A situação implicará na extinção de 218 mil postos de trabalho. A produção regional é substancialmente em regime de econômica familiar. Dos 24 mil fornecedores nordestinos, 22 mil produzem apenas até mil toneladas. “A lei provocará uma reforma agrária às avessas”, diz Lima, lembrando que o agricultor será obrigado a vender suas terras improdutivas ao grande produtor.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Unida
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