SÃO PAULO - A marca de 70% na relação entre os preços do etanol e da gasolina em São Paulo foi ultrapassada na primeira semana de março, atingindo 71,23%, informou ontem a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). É a primeira vez que a correlação rompe o patamar desde a última semana de abril de 2012, quando ficou em 70,18%. Na última semana de fevereiro de 2013, estava em 69,82%. Na avaliação de especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso ante a gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor do combustível proveniente do petróleo.
A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina. Abastecer com etanol se tornou ainda mais desvantajoso na capital paulista, apesar do reajuste recente nos valores da gasolina, que subiram 2,48% de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da primeira quadrissemana de março. O resultado mostra uma desaceleração ante o fechamento de fevereiro, quando a gasolina avançou 4,01%, contribuindo para o arrefecimento da inflação do grupo Transportes (0,84% para 0,69%) dentro do índice. Segundo o economista e coordenador do IPC, Rafael Costa Lima, o impacto do reajuste nos preços da gasolina, de 6,6% nas refinarias, autorizado pelo governo no fim de janeiro, deve continuar a aparecer no IPC até o fim de março. "Nas pesquisas de ponta (semanal), já está perto do zero", disse.
Contudo, os preços do etanol (4,35%) avançaram num ritmo mais expressivo que os da gasolina. "A alta reflete o período da entressafra da cana, quando os estoques estão baixos. Quem contava com o etanol para se proteger da alta da gasolina não vai conseguir. A relação deve manter-se acima dos 70% no curto prazo, ao menos enquanto não entrar a safra nova, em abril", afirmou, acrescentando que, na ponta, o combustível já sobe 5,20%
Fonte: Agência Estado
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