Em menos de dois anos, 28 empresas sucroenergéticas, das quais 26 são brasileiras e duas australianas, foram certificadas pelo Bonsucro, iniciativa global que avalia a sustentabilidade dos produtos fabricados a partir da cana.
“Esse cenário mostra o comprometimento do setor com a agenda da sustentabilidade. Um avanço tão rápido só foi possível graças a uma cultura corporativa já estabelecida nas empresas, assim como um controle estruturado dos processos sobre o tema,” afirma o gerente de Sustentabilidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Luiz Fernando do Amaral.
Somente em janeiro desse ano, duas usinas brasileiras foram certificadas pela iniciativa: a Rio Claro, em Goiânia, do Grupo Odebrecht Agroindustrial; e uma unidade da Adecoagro em Minas Gerais.
Quase todas as usinas brasileiras certificadas pelo Bonsucro são associadas da UNICA. Juntas, elas somam 574 mil hectares (ha), ou seja, 6% da área de cana plantada no País. Porém, Amaral alerta que é preciso ampliar o envolvimento para que o resultado seja mais efetivo. “Uma certificação como essa só funciona se todos os agentes, do produtor à indústria consumidora, se envolverem profundamente. Infelizmente, até o momento, não temos visto o mesmo nível de comprometimento dos produtores por parte de outros stakeholders, e será fundamental para o processo continuar avançando.”
Com sede em Londres (Inglaterra), o Bonsucro atua como um fórum internacional reunindo produtores, ONGs, traders, redes varejistas, empresas e investidores empenhados no melhoramento contínuo da produção da cana. Ele é reconhecido pela Comissão Européia como uma certificação voluntária que cumpre com os critérios da Diretiva Européia para Energias Renováveis (Diretiva 2009/28/EC). As empresas certificadas têm atestadas as condições sustentáveis em que seus produtos são fabricados, tornando-os aptos a serem comercializados para países integrantes da União Europeia (UE).
Quatro empresas associadas da UNICA fazem parte do Conselho de Diretores do Bonsucro na categoria “industrial”: Bunge, Copersucar, Guarani e Raízen. O gerente de sustentabilidade da UNICA integrou o Conselho do Bonsucro por três anos, durante o período em que foram desenvolvidos os parâmetros que hoje vigoram para a certificação de usinas.
Além das usinas já certificadas pelo Bonsucro, mais 11 possuem outro tipo de certificação, conhecido como cadeia de custódia. Sob essa iniciativa, é atestada a rastreabilidade do produto certificado ao longo da cadeia. São elas Raízen, Braskem da Bahia e do Rio Grande do Sul, Copersucar, CPA Armazéns Gerais, Grupo Sojitz, NSW Sugar Milling Co-operative, Argos Energies, Cargill International e Cargill Agrícola.
Fonte: Unica
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