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Casa da Agricultura de Cunha se prepara para a temporada do pinhão

O município de Cunha, integrante da CATI Regional Guaratinguetá, em parceria com o Parque Estadual da Serra do Mar, órgão da Secretaria de Meio Ambiente, está se preparando para mais uma temporada da colheita do pinhão que acontece em abril após um período de defeso, que vai do final de fevereiro até o final de março, quando os pinhões ficam no chão, à espera da colheita feita por produtores rurais que têm araucárias em suas propriedades.

O pinhão é um fruto da araucária, árvore nativa na região, encontrada nas florestas e áreas de pastagens, mas que vem, nos últimos anos, tendo uma significativa redução. “Corre, inclusive, risco de extinção”, conforme explica a engenheira agrônoma Priscilla Menezes de Souza, que há quatro anos é a responsável técnica pela Casa da Agricultura de Cunha.

Com o intuito de levantar o potencial econômico e verificar as condições das árvores remanescentes, entre outras questões, foi preparado um questionário que será aplicado neste período de defeso para cerca de 30 famílias que tiram parte do seu sustento com a venda do pinhão. “Queremos saber o montante de frutos colhidos, a condução das árvores, a produção por árvore, enfim, informações que nos ajudem a elaborar diretrizes para um Manejo Sustentável do Pinhão”, explica a agrônoma.

O pinhão faz parte da cultura de Cunha. Em abril, terminado o período de defeso, quando a colheita já pode ser feita, acontece a esperada Festa do Pinhão. Durante quatro finais de semana a Praça da Basílica, a principal de Cunha, recebe os produtores rurais que montam barracas com fogões a lenha e vendem tanto o pinhão in natura, como processado. Nas barracas, podem ser encontradas farofas de pinhão, cachaça, bolos e diferentes pratos da culinária local feito com pinhões. Os restaurantes também aproveitam para oferecer variados pratos nos quais o pinhão é o principal ingrediente.

"Daí a importância desse levantamento", explica a técnica. Será um levantamento socioeconômico-ambiental que mostrará a influência do extrativismo do pinhão na renda familiar de pequenos produtores e o reflexo na cultura local. A parceria com técnicos da Secretaria do Meio Ambiente na elaboração do questionário e no levantamento das respostas permitirá, ainda, verificar a importância da Araucaria angustifolia no equilíbrio da fauna e flora da região.



Fonte: CATI On-Line