O custo da energia elétrica gerada pelas usinas térmicas, acionadas para compensar a queda dos reservatórios das hidrelétricas, anulou o benefício da redução da tarifa de energia para a indústria em fevereiro. O cálculo é da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres.
A tarifa havia sido reduzida por meio da medida provisória 579 (convertida na lei 12.783), que antecipou a renovação das concessões de hidrelétricas sob condição de reduzir o preço da eletricidade, principalmente para consumidores industriais.
Após a lei, a indústria diz ter obtido uma redução de 9% a 18%, benefício anulado pelo alto custo das térmicas no mês de fevereiro.
A Abrace calcula que a tarifa da indústria caiu R$ 24 por MWh por conta da lei, mas o custo das térmicas foi de R$ 22 por MWh.
"A forma de cobrança dessa conta das térmicas tem criado descontentamento. O setor industrial tem contrato de longo prazo para compra de energia, exatamente para ter segurança e previsibilidade", afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.
A estimativa da associação é a de que a indústria terá um custo adicional "não previsto" para aquisição de energia no valor de R$ 933 milhões neste mês. Com o custo desembolsado em janeiro, a conta alcançou R$ 1,5 bilhão.
O impacto financeiro da geração termelétrica sobre a indústria é imediato, diferentemente do que ocorre com consumidores domésticos.
A indústria é obrigada a pagar mensalmente o custo da geração térmica. Essa é a regra dos consumidores atendidos no chamado mercado livre, no qual um grande consumidor negocia o próprio contrato de suprimento de energia.
No caso dos consumidores chamados de "cativos", como o cliente residencial atendido pela distribuidora, essa despesa com a geração térmica só aparecerá na conta de luz quando a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizar o repasse dessa despesa para a tarifa.
Esse reajuste depende da data de aniversário do contrato da concessionária de distribuição. O problema é que, como a conta das térmicas ficou alta, distribuidoras estão tendo que pagar já pela energia mais cara sem aumentar suas receitas, o que afeta o caixa.
A associação brasileira das distribuidoras de energia elétrica quer que o governo financie as empresas, para evitar calotes no setor elétrico
Fonte: Folha de S. Paulo
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