Um etanolduto deve passar por Uberlândia a partir de 2015. Já está em andamento a obtenção de licenças legais para a instalação de mais um trecho, que passa pela cidade e fica entre Uberaba (MG) e Itumbiara (GO), do Projeto Logum, da Logum Logística S.A, sistema modal de logística dutoviária para escoar etanol entre Goiás e São Paulo.
Mas a concretização desta etapa depende da construção dos dutos entre o interior paulista e Uberaba, o que deve ocorrer, segundo informações oficiais da empresa, entre este semestre e o segundo do ano que vem. Até o momento, o projeto, primeiro do mundo para o transporte exclusivo de etanol e iniciado em 2011, já implantou tubulações entre Paulínia (SP), maior centro distribuidor do combustível do país, e Ribeirão Preto (SP), principal polo produtor.
Com investimento total de R$ 7 bilhões, o plano da Logum, rede que tem a Petrobras entre suas acionárias, prevê a construção de uma malha de dutos de até 1,3 mil km, além de hidroviária, passando por 45 municípios e 13 terminais. Uma vez implantado em sua totalidade, ligará as principais regiões de produção sucroalcooleira do Sudeste e Centro-Oeste ao centro de armazenagem da Logum em Paulínia, de onde o etanol é transportado para entrega em regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os portos também recebem para exportação ou cabotagem.
A previsão inicial de operação de todo o sistema, inicialmente, indicava o ano de 2015. Porém, no fim do ano passado, a Petrobras (que detém 20% de participação no empreendimento) anunciou aos sócios que, neste ano, não faria o aporte financeiro prometido anteriormente para o programa. A situação atrasou o cronograma de implantação.
O projeto, que está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 do governo federal, terá uma capacidade de armazenamento superior a 800 milhões de litros de etanol e de transporte de mais de 20 bilhões de litros de etanol por ano em sua totalidade.
Prefeitura ainda não tem conhecimento do projeto
Em Uberlândia, de acordo com o atual secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Paulo Romes Junqueira, não houve nenhum contato neste início de ano com a Logum Logística S.A, empresa responsável pelo projeto do etanolduto. "Por parte da prefeitura, nem sabíamos que esse projeto contemplava passar dutos pelo município."
Já o setor usineiro local foi procurado, segundo a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), que disse ainda ter intermediado conversas com empresários do ramo sem participar de quaisquer negociações. Já a empresa informou que não divulgará informações referentes a isso.
Faixa de domínio
Para agilizar a implantação do etanolduto do Triângulo Mineiro, a Logum Logística S.A. pode usar a faixa de domínio da Transpetro (subsidiária da Petrobras) existente na região, que já tem um poliduto entre Paulínia (SP) e Senador Canedo (GO) e possui capacidade para comportar outras tubulações. A informação é do secretário-executivo interino da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Ferreira Campos Filho.
Entre Uberaba e Itumbiara (GO), os dutos passam, além de Uberlândia, em Tupaciguara (MG), Monte Alegre de Minas (MG) e em Araporã (MG).
Gasoduto no Triângulo ainda não saiu do papel
No passo em que o projeto do etanolduto avança, o projeto de instalar um gasoduto no Triângulo Mineiro, chegando inicialmente a Uberaba e, posteriormente, sendo estendida a Uberlândia, ainda não saiu do papel. O gasoduto, que é fruto de uma parceria entre o governo federal e a Gasmig, foi anunciado em 2011 e prevê uma emenda às tubulações já existentes em Ribeirão Preto (SP) para beneficiar a nova unidade de fertilizantes da Petrobras que está sendo montada em Uberaba.
Segundo informações repassadas pelo Ministério de Minas e Energia aos veículos de comunicação de Uberaba no fim do ano passado, o projeto estava com um entrave burocrático, com divergência na classificação da dutovia: se ela seria de transporte ou distribuição para efeitos legais. Mesmo assim, ainda conforme as informações, tudo estava encaminhado. A previsão inicial era de que, até 2014, o gasoduto estivesse operando até Uberaba.
Sistema pode reduzir custos
O uso do sistema modal de etanolduto pelos usineiros do Triângulo Mineiro, conforme explica o secretário-executivo interino da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Ferreira Campos Filho, pode reduzir em até 50% os custos com transportes do produto. "A logística por duto é a que apresenta melhor benefício. Ele (o duto) é mais seguro, rápido e barato", disse.
Segundo Campos Filho, há um interesse natural dos usineiros pela concretização do projeto, principalmente, devido ao fato de que as exportações de etanol no Brasil têm, gradativamente, aumentado, principalmente, para os Estados Unidos. Com isso, há a necessidade de se escoar com maior velocidade o produto para que se mantenha a competitividade dele diante do produzido em outros países.
Projeto Logum - Etanolduto
Total
1,3 mil km de dutos (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás)
Capacidade
800 milhões de etanol em armazenamento em 13 terminais
Escoamento
20 bilhões anual de litros de etanol
Trecho Uberaba-Itumbiara
Concessão de licenças tramitando no Ibama e ANP
Tamanho
246 km
Cidades
Uberaba (MG), Uberlândia, Tupaciguara (MG), Monte Alegre de Minas (MG), Araporã (MG) e Itumbiara (GO)
Fonte: Jornal Correio de Uberlândia
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