A Petrobras prevê um período complicado pela frente, com o câmbio praticamente anulando o efeito dos reajustes de combustíveis de 2012, além de previsões de mais baixas bilionárias de poços secos em 2013 e a perspectiva de uma produção estagnada no ano, disse nesta terça-feira a presidente da estatal, Maria das Graças Foster.
A Petrobras projeta uma grande concentração de paradas de plataformas para manutenção, especialmente no primeiro semestre, e estima que a produção ficará estável no ano, inclusive com a possibilidade de uma nova queda em 2013, após ter fechado 2012 com a primeira baixa na extração anual desde 2004.
Ao mesmo tempo, os reajustes dos combustíveis do ano passado --de 3,9 por cento e 6 por cento no diesel, nos dias 25 de junho e 16 de julho, e de 7,83 por cento na gasolina, em 25 de junho-- foram anulados pela valorização do dólar ante o real, elevando os custos de importação.
Ao final de janeiro, a Petrobras anunciou nova alta do preço da gasolina, de 6,6 por cento, e do diesel, em 5,4 por cento, nas refinarias, em um movimento esperado pelo mercado diante da defasagem dos valores dos combustíveis no país em relação às cotações internacionais.
Segundo a presidente, a empresa trabalha para obter a paridade dos preços dos combustíveis no Brasil com o mercado externo e busca constantemente mostrar ao Conselho de Administração as consequências negativas da defasagem.
A Petrobras também anunciou nesta terça-feira que tem previsão de custos de 6 bilhões de reais com poços secos em 2013, ante cerca de 7 bilhões de reais no ano passado.
"É um ano difícil porque a gente tem que acertar mais, porque tem que fazer mais previsões, preciso de mais informações... A passagem de 2013 é realmente difícil, porém é exequível e está construída na ponta do lápis", afirmou a presidente da Petrobras, explicando que a empresa está preparada para eventuais contratempos.
Questionada se o ano vai ser difícil por conta das paradas técnicas e pela falta de perspectiva de um reajuste dos combustíveis ela respondeu: "Tudo".
As ações preferenciais da Petrobras operavam em alta de 0,6 por cento por volta das 15h, enquanto as ordinárias despencavam mais de 8 por cento no mesmo horário, após a empresa ter proposto uma política diferenciada do pagamento de dividendos para as ações.
Se o pagamento de dividendos das ações ordinárias fosse igual ao das preferenciais, como ocorria tradicionalmente em anos anteriores, o desembolso da estatal subiria em 3,5 bilhões de reais, disse o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, nesta terça-feira.
A decisão buscou preservar o caixa da companhia. Barbassa indicou ainda que cortar investimentos para pagar mais dividendos traria perdas maiores para a empresa.
O lucro da Petrobras no quarto trimestre de 2012 registrou alta de 53,4 por cento ante o mesmo período de 2011 com ganhos financeiros, enquanto a área de Abastecimento, responsável pela venda de combustíveis, continua operando com prejuízo.
Fonte: Reuters
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