O setor bioenergético tem muitos desafios. Entre eles, senão o mais importante, é a recuperação da produtividade dos canaviais. Em entrevista para a TV UDOP, o coordenador do programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar (PMGCA), da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Hermann Paulo Hoffmann, fala sobre as pesquisas em novas variedades de cana com objetivo de atender essa necessidade do setor.
Segundo Hoffmann, a prioridade é a manutenção da produtividade dos canaviais, depois de duas safras de quebra na produção na região Centro-Sul do Brasil. "As variedades que nós temos - para aqueles que realizam todas as práticas agronômicas - estão incrementando os rendimentos agrícolas, e apresentando melhores resultados, principalmente para a cana precoce", conta.
Para o coordenador, é evidente a diferença de panorama entre grupos que tem realizado melhor as operações agrícolas, daqueles que não realizam todas as práticas. "Há grupos que praticam a formação de mudas com boa qualidade, sanidade, controle de plantas daninhas, que estão completamente diferente daqueles que não fazem a lição de casa bem feita. Em momentos de crise e dificuldades, isso fica bem evidente", explica.
Questionado sobre a possibilidade do desenvolvimento de variedades que possam, de alguma forma, contribuir na diminuição de custos e no ganho de produtividade, Hoffmann é categórico: "Eu acredito que conseguiremos agregar algumas características favoráveis, mas não devemos esperar grandes incrementos em produtividade. Porém, não se espera de um momento para outro um crescimento de 10%, 15% ou 20% de produtividade. Nós vamos chegar lá, mas degrau por degrau e fazendo a lição de casa bem feita", ressalta o coordenador do PMGCA.
Neste ano, o programa coordenado por Hoffmann deve liberar de duas à quatro variedades de cana, uma precoce e três médias tardias. "Quanto ao material de genética, o que podemos esperar, num primeiro momento, são materiais resistentes a broca", adianta. Também, devem ser inauguradas as novas instalações do programa de melhoramento genético, em Araras, no interior do estado de São Paulo.
Variedade para cogeração de bioeletricidade
Também integrante da Ridesa - Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro, a Universidade Federal de Alagoas já está adiantada, caminhando em fluxo de seleção, para a liberação da cana energética, ou seja, uma variedade de cana que prioriza a produção de fibras, voltada para a cogeração de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar. "Será uma cana diferente, mais rústica, para ambientes mais restritivos, diferente do que temos para produção de açúcar e etanol", finaliza.
Clique aqui e assista a entrevista com o coordenador do PMGCA da UFSCar, Hermann Paulo Hoffmann, para a TV UDOP. Se preferir, acesse nosso canal no Youtube no endereço www.youtube.com/tvudop.
Fonte: Udop
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