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Safra da cana começa na região de Ribeirão Preto e será mais longa | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Safra da cana começa na região de Ribeirão Preto e será mais longa

A safra da cana-de-açúcar começou na região de Ribeirão Preto (SP). O período é marcado por três fatores: ser o último ano em que é permitida a queima da palha da planta em locais planos no Estado de São Paulo; ter um período maior de duração, indo até dezembro; e o otimismo dos agricultores, motivado pelo aumento da mistura do etanol na gasolina de 20% para 25% a partir de 1º de maio, aprovado pelo Governo Federal.

Esse aumento na mistura exigirá, segundo a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única), a produção de mais 2 bilhões de litros de etanol para o mercado interno. “Nós já tivemos a frota de carros leves do país abastecida na faixa de 50% por etanol e hoje o abastecimento da frota de carro leve caiu para cerca de 30%. Ou seja, se nós quisermos voltar ao patamar de atendermos a metade do consumo de carro leve, nós temos que aumentar muito a nossa produção nos próximos anos”, afirmou o representante da Única em Ribeirão Preto, Sérgio Prado.

Segundo dados da Única, o Estado de São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil. São 5,5 milhões de hectares, o equivalente a 51,87% da área total plantada no país. A cada ano, o Estado - que produz 305 milhões de toneladas de cana por safra - renova o plantio de mais de 800 mil hectares.
“A questão fundamental para o setor é que a carência de cana é tanto para o etanol quanto para o açúcar. O mercado espera mais produção de açúcar e mais produção de etanol, então a carência da matéria prima é a mesma. O problema do campo hoje está concentrado nos dois produtos”, disse Prado.

A expectativa é que a procura maior pela cana-de-açúcar faça com que o agricultor receba melhores valores pelo produto, que atualmente tem a tonelada comercializada por R$ 55. “A expectativa é que se mantenha como estão, com pequenas variações para mais ou para menos dependendo de fatores que a gente agora não tem como precisar. O importante é que a gente consiga manter os custos de produção”, disse o agricultor Marcelo Ravagnani.

Para ele a seca não irá atrapalhar. “O ano passado, 2012, teve a interferência da seca de 2011, e 2013 não vai ter interferência da seca porque em 2012 não houve [seca]. Então o ano agrícola de 2013 tende a ser melhor ainda do que foi o de 2012”, conclui.

A exigência de uma maior oferta de etanol e açúcar para o mercado faz com que a produção das usinas tenha que ser maior. Segundo o presidente da Usina de Batatais (SP), Bernardo Biagi, não irá sobrar cana nas lavouras. A unidade que ele dirige moeu 3,5 milhões de toneladas de cana na safra passada e este ano pretende aumentar em 10% este número. Para isso estendeu o período de atividades até o dia 9 de dezembro.

Biagi afirma ainda que a usina já faz sua colheita de forma mecanizada. Um acordo no setor canavieiro deu o prazo para que a queima da palha da cana-de-açúcar seja eliminada a partir de 2014 no Estado de São Paulo em áreas planas. “A gente já vem se preparando para cumprir essa lei, então fizemos vários aumentos gradativos. Como os aumentos não foram de uma hora para a outra, nós não temos dificuldade em se enquadrar nessa nova lei”, relatou.

Na região de Ribeirão, 85% da colheita de cana já é feita com máquinas. Mesmo com a mecanização, a unidade de Batatais aumentou o quadro de funcionários em 7%. “O processo de mecanização vem aliado ao surgimento de funções que antigamente não existiam nas usinas. Tanto funções relacionadas a produção, quanto a manutenção, que é muito intensiva no processo de colheita mecanizada e de plantio mecanizado”, explica o diretor administrativo da usina Renato Fantacini.


Fonte: Portal G1

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